terça-feira, 6 de março de 2012

PROINFANCIA EM PASSO DE CAMARAGIBE









USANDO NA SALA DE AULA: GÊNEROS TEXTUAIS


ESPECIFICAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA III

USANDO NA SALA DE AULA: GÊNEROS TEXTUAIS

ORIENTADOR: FABIANO SILVA DUARTE
ALUNA: ELIANE MARIA DA SILVA OLIVEIRA 

ANO
2011

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................ 05
OBJETIVOS ................................................................................ 06
CAPÍTULO I
1.    Domínio dos Gêneros Textuais no Ensino Fundamental II
               1.1 – A importância dos Gêneros textuais
               1.2 - Oralidade dos gêneros textuais
               1.3 - As diversidades dos gêneros textuais
1.3.1 – Parlendas
1.3.2 – Trava-Língua
1.3.3 – Fábula
1.3.4 – Receita
1.3.5 – Poema
               1.4 – Ler e Compreender são competências distintas
               1.5 – Fatores que afetam a Leitura e a Compreensão de textos
CAPÍTULO II
2.               – Seqüências Tipológicas
               2.1 – O tipo descritivo
               2.2 – O tipo dissertativo
               2.3 – O tipo narrativo
CAPÍTULO III
3.               Variedades Lingüísticas
               3.1 – Definições das Variações Lingüísticas
3.1.1 – A Linguagem Padrão
3.1.2 – A Linguagem Não-Padrão
3.1.3– A linguagem Popular
               3.2 – Outros tipos de avaliação
3.2.1 – Oralidade e Escrita
3.2.2 – Formalidade e Informalidade
3.2.3 – A gíria
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos profissionais, que durante sua jornada busca melhorar seu desempenho em sala de aula, facilitando um aprendizado de maneira mais divertida e prática. Em seguida dedico aos alunos com dificuldade em ler e interpretar textos. Embora seja um caminho que o ajude a desenvolver hábito de leitura e ao mesmo tempo conhecer diversos gêneros textuais.
AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente ao Senhor Jesus, que mesmo na hora da minha dificuldade me deu força, ânimo e tornou-me vencedora. É impressionante a maneira de o Senhor Jesus trabalhar em nossa vida. Dando privilégio de mim capacitar em prol do desenvolvimento deste trabalho que de fato me encontrava bastante preocupada. Recordo de cada obstáculo, que de fato passei e pensei não chegar ao término do curso. Mas sempre estava confiando em Deus, onde sempre meditava em suas palavras: Posso todas as coisas naquele que me fortalece.
A minha família, pelo apoio e experiência de vida.
Aos colegas de sala, pela força incondicional, que em meio tantas tarefas, foram companheiros a medida do impossível dando orientações importantes no caráter do trabalho.
A todos que contribuíram de forma direta e indireta, sendo solidários, para que pudessem finalizar com sucesso.

Deus com certeza os recompensará a todos.

Obrigada Senhor!

INTRODUÇÃO

A importância de análise de texto exigido dos discentes maior conhecimentos na estrutura e desenvolvimento do texto. Dessa forma, levaremos os alunos a tomar conhecimento básico de como se proceder para uma análise adequada. Deve-se partir da idéia de que o texto não é um aglomerado de frases, e que desse modo não se pode isolar frase alguma e nem tentar conferir-lhe um significado isolado do texto. O texto está sempre inserido em um contexto e a boa leitura (interpretação) ocorrerá com o conhecimento de mundo. Este relato serve para alertá-lo a respeito dos tipos de leitura que pode apresentar um texto e o significado distinto que uma frase pode representar fora de um contexto lingüístico.
Os tipos de diferentes textos formam-se conforme sua argumentação ou como o tema será trabalhado.
Identificam-se os textos a seguir: Narração, descrição e dissertação.
Um texto qualquer, por mais simples que seja, pode trazer ao leitor dificuldades em encontrar uma unidade por trás de tantos significados. Desse modo, pode-se imaginar que o texto admita dois planos distintos na sua estrutura, que são: Estrutura Superficial ou difusa.
O esquema de compreensão textual do leitor seleciona e dá prioridade às partes que constituem as relações lógicas do texto.
OBJETIVOS

Identificar características que levam à classificação de um gênero textual. Sempre que nos manifestamos linguisticamente, o fazemos por meio de textos que de fato realiza um gênero diferenciado. Portanto, os gêneros podem apresentar certa “mistura”, nem sempre é um gênero “puro”.
Também os “rótulos” que podemos dar aos gêneros não são rígidos. A rigor, o título de “Sermão” é, estritamente, reservado para as palavras do sacerdote em cerimônia religiosa, mas todo texto apresenta algo de “igual” e algo de “diferente” dos outros textos.
O gênero textual corresponde ao que é típico da identificação de um texto, e tendo em mente que os gêneros dependem do conjunto de fatores variados. Vamos dar preferência a textos escritos pela facilidade de trabalhar esse suporte de palavras escritas que pode estimular adaptações na língua oral, mas baseada no certo “padrão”.
Entretanto, conhecer alguns dos principais problemas que envolvem o ensino da “língua”, e compreender de igual modo, que toda influência lingüística no qual o texto está inserido, é sem dúvida um fenômeno de transformações. Estimular o educador, a imprescindível questão associada à estrutura de um texto e extinguir o alunado aprimorar o seu desempenho aos diversos gêneros sem complexo de aprendizagem.
Depreende-se, a falta de estímulo limitado pela leitura e sufocando a vontade de ler, no aluno, é necessário que haja uma metodologia didática que de fato seja prática e reavaliada de acordo com as propostas dos parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, os quais versam sobre m a competência textual sem obstáculos, de forma que esteja adequada a evolução e produza no aluno a capacidade de expressão e interação com as condições reais e potenciais ao requisito das Diretrizes Educacionais.
CAPÍTULO I

1. – O DOMÍNIO DOS GÊNEROS TEXTUAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL II

Gêneros textuais são maneiras de organizar as informações lingüísticas de acordo com a finalidade do texto, com o papel dos interlocutores e com as características da situação.
Aprendemos a reconhecer e utilizar gêneros textuais no mesmo processo em que “aprendemos” a usar o código lingüístico: reconhecendo intuitivamente o que é semelhante e o que é diferente nos diversos textos.
Do mesmo modo que desenvolvemos uma competência lingüística quando aprendemos o código lingüístico, desenvolvemos uma competência sociocomunicativa quando aprendemos o comportamento lingüístico.
Portanto, a identificação dos gêneros está incluída nesta competência sociocomunicativa. O contato com textos no nosso dia-a-dia exercita nossa capacidade de reconhecer os fins para os quais este ou aquele texto é produzido. O nível de linguagem, o jogo entre conteúdos explícitos e implícitos o respeito às relações de interlocução tornam, assim, um respeito às relações de interlocução tornam, assim, um texto adequado ou não a sua situação de produção / leitura.
Essas características que definem o uso de um determinado gênero. Ninguém com certo desenvolvimento da Competência Sociocomunicativa pensariam, por exemplo, em escrever um requerimento para pedir que lhe fosse passada a jarra de água à mesa do jantar a não ser que se tratasse de uma brincadeira. A modalidade escrita e o gênero textual seriam inapropriados para a ocasião.
Percebe-se ser impossível desvincular o gênero textual da situação em que é utilizado o texto. Ao utilizarem o código lingüístico na produção e interpretação ou leitura de textos, os sujeitos da linguagem também se envolvem em atividade de interação que “marcam” nos textos condições em que estes são produzidos. A capacidade de reconhecer e produzir essas marcas chamamos Competências Sociocomunicativa. Um exemplo que todos nós conhecemos é aquele em que uma determinada pessoa não identifica uma situação de ironia ou de humor e leva a sério alguma coisa que deveria ser apenas uma brincadeira. Há um exemplo de não-reconhecimento das interações do falante na seguinte anedota:
José – Quero convidar você para a festa de quinze anos de minha filha.
Fernando – Aceito com o maior prazer, mas infelizmente só poderei ficar dois anos.
Esse diálogo em forma de piada, gênero, anedota – ilustra diferenças na apreensão textual que vão além do que é apenas lingüístico no texto. Reconhecer, ou não, a impossibilidade de uma festa ter a duração de quinze anos é parte da competência Sociocomunicativa do falante. A expressão “de quinze anos” foi erroneamente tomada, como qualificação do tipo de festa, mas delimitação do tempo de duração do evento. Do ponto de vista gramatical essa pode ser perfeitamente, uma das funções da preposição “de”, como em “aula de quarenta minutos”, “jogos de dois tempos”, etc.
Somente um conhecimento de mundo elimina tal interpretação, conduzindo o ouvinte à interpretação desejada, por José, mas não reconhecida por Fernando.
O leitor que não reconhece esse mal-entendido reconhece o texto como piada. Os gêneros textuais são as diferentes maneiras de organizar. Linguisticamente as informações no texto. Vimos também que aprendemos a reconhecer e organizar gêneros intuitivamente, junto com o aprendizado da língua.

Todo falante nativo de uma língua sabe essa língua, saber uma língua, no sentido cientifica do verbo saber, significa conhecer intuitivamente e empregar com naturalidade as regras básicas de funcionamento dela. (Bagno 2002, p.35)

Embora todos nós sejamos capazes de ter intuitivamente desenvolvida essa competência Sociocomunicativa, juntamente com a aquisição da língua materna, nossa vida adulta em um mundo letrado exige refinamentos na identificação dos gêneros que devem vir juntamente com o aprendizado sistematizado das regras da língua e da elaboração textual. As dificuldades surgem porque nem todos os gêneros são construídos em situações tão facilmente identificáveis como a de anedota ou a do requerimento à mesa do jantar.

1.1 - A IMPORTÂNCIA DOS GÊNEROS TEXTUAIS

Perspectivamente os gêneros, são importantes argumentos da linguagem, pois é um dos relevantes requisitos de alto valor, pelo domínio predominantemente dos textos, a língua nos identifica como seres humanos no mundo. Portanto, pode ser uma oportunidade, para refletir sobre os modos em que esses textos, orais ou escritos, se apresentam, ou seja, sobre características em relação em que são usados. Ao conjunto dessas características em relação em que são usados. Ao conjunto dessas características chamamos gêneros textuais. De maneira abrangente, podemos identificar como competência comunicativa, essa capacidade de perceber as diferenças e organização dos gêneros que desenvolve diversas formas; de “ver” o mundo, inclusive o mundo das palavras, que nos são colocados pela cultura que de fato estamos inseridos e pelas nossas diferentes formas de “ver”, agimos e regimos. Podemos tomar como experiências, que não é possível construir um texto, oral ou escrito, sem que se realize um gênero textual. Por isso, os gêneros têm existência concreta, independente dos critérios ou situações utilizadas para classificação. Essa existência é formada de acordo com a finalidade em que o texto é produzido. Muitas vezes não percebemos que estamos dando vida a um gênero textual quando utilizamos a linguagem na nossa comunicação diária, mas essa falta de percepção não significa que os gêneros não sejam concretizados ao produzirmos um texto. Que apenas eles realizam, necessariamente, a cada vez que “produzimos” um texto. Pois é sabermos que os gêneros são responsáveis por corresponderem ao uso da língua, a variedade dos gêneros apresenta heterogênea e eles não possuem limites bem definidos:
Sobrepõem-se frequentemente, pela razão que são inúmeras. Marcushi, lista alguns textos: Telefonema, romance, carta pessoal, carta comercial, bilhete, aula explosiva, reunião de condomínio, horóscopo, bula de remédio, resenha, conversação espontânea, edital de concurso, inquérito policial, e assim por diante. Enquanto alguns desses têm ocorrências restritas a situações bem específicas, como inquérito policial e bula de remédio, bilhete ou conversão espontânea, que apresenta várias situações de uso lingüístico.
1.2 – ORALIDADE DOS GÊNEROS TEXTUAIS

Os PCNs (Língua Portuguesa, 1998) apontam a importância de, nas produções de textos orais o aluno ser orientado a planejar a fala valendo-se da linguagem escrita; ajustar o texto à variedade lingüística adequada, de acordo com seu público; reconsiderar seu planejamento prévio, ajustando-o conforme a reação de seus interlocutores, considerar a utilização de elementos não-lingüísticos como possíveis provedores de sentido.
A fim de concluir, o trabalho com a linguagem oral e bem apropriado para firmar entre os alunos valores e atitude. É uma ótima oportunidade para que o preconceito lingüístico e, diversidade (cultura, social, econômica) seja valorizados e certos mitos de “melhor” ou “pior” sejam desfeitos.
O trabalho com a modalidade oral da linguagem deve ter o mesmo privilégio que o trabalho com a modalidade escrita.

É necessário, porém, que esse trabalho não seja confundido com o de “corrigir” a fala do aluno, quando esta não coincidir com a variedade considerada de prestígio. Essa tentativa de transformar a linguagem do aluno, bastante incidente nas escolas brasileiras, deve-se em parte ao fato de equivocadamente, a linguagem oral ser associada à informalidade. Porém, é válido esclarecer que, assim como a escrita, a linguagem oral possui níveis que vão do mais informal (Leonor Lopes Fávero et al, 1994).

Assim, um mesmo indivíduo apresenta desempenhos diversificados quanto ao grau de formalidade / informalidade, variando sua fala e / ou escrita conforme as condições de produção para a efetivação de seu texto.
Essa adequação dependerá de alguns fatores, como assunto em questão, o interlocutor a que a mensagem está sendo dirigida, a intenção comunicativa do autor.
Segundo João Wanderley Geraldi (1997)

A linguagem é vida como um lugar de interação humana. Por meio dela, o sujeito que fala pratica ações que não conseguiria levar a cabo, a não ser falando, com ela o falante age sobre o ouvinte, constituindo compromissos e vínculos que não preexistiam á fala.
Sendo assim, cabe à escola promover situações em que se faça necessário usar a linguagem de textos orais e que esse uso aproxime-se o máximo possível de situações reais. Falar, escutar e refletir sobre a linguagem precisa fazer parte de atividades que tenham sido devidamente planejadas para esses propósitos.
Sugiro ainda que o trabalho com texto oral seja feito interdisciplinarmente, nas ocasiões em que seja preciso explicar um conteúdo, organizar em grupo o trabalho (específico daquela disciplina), relatar experiências que tinham sido realizadas. Nessas atividades, assim como falar, escutar também deve ter real utilidade.
Portanto, podemos envolver o trabalho com textos orais de formas significativas como: Os Seminários, Dramatizações de textos, simulações de programas de rádio, televisões, encenações de situações da vida cotidiana, como as ocorridas em uma feira livre, numa agência bancária, num ônibus, dramatizações de telenovelas, parodiando-as entre outras.
1.3 – A DIVERSIDADE DOS GÊNEROS TEXTUAIS

Já se tornou trivial a idéia de que os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social. Os gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-dia. São entidades Sócio-discursivas e ação social incontornáveis em qualquer situação comunicativa. No entanto, mesmo apresentando alto poder preditivo e interpretativo das ações humanas em qualquer contexto discursivo, os gêneros não são instrumentos estanques e enriquecedores da ação criativa. Caracterizam-se como eventos textuais altamente maleáveis, dinâmicos e plásticos. Surgem emparelhados a necessidades de construir atividades socioculturais, com a relação de inovações tecnológicas, que de fato, representa facilmente perceptível ao se considerar a quantidade de gêneros textuais hoje existentes em relação a sociedade anterior à comunicação escrita.
Quanto a esse, uma simples observação histórica do surgimento dos gêneros revela, que numa primeira fase, povos de cultura essencialmente oral desenvolveram um conjunto limitado de gêneros. Após a invenção da escrita alfabética por volta do século VII. A. C., multiplicaram-se os gêneros, surgindo os típicos da escrita. Numa terceira fase, a partir do século XV, os gêneros expandiram-se com o florescimento da cultura impressa para impor na face intermediária de industrialização iniciada no século XVIII, dar início a uma grande ampliação. Hoje, em plena fase da denominada cultura eletrônica, como: telefone, gravador, rádio, TV e, particularmente, o computador pessoal, sua aplicação mais notável, a internet, presenciando uma explosão de novos gêneros e novas formas de comunicação, tanto na oralidade como na escrita.
Isto é revelador do fato de que os gêneros textuais surgem, situam-se e integram funcionalmente nas culturas em que se desenvolvem. Caracterizam-se por suas funções comunicativas, cognitivas e institucionais do que por suas peculiaridades lingüísticas e estruturais. Como práticas sociodiscursiva, em diversidades de formas de gêneros, obterão alguns exemplos de texto, que podemos considerar como gêneros textuais:

1.3.1 – PARLENDA

Cadê o toucinho que estava aqui?
O gato comeu.
Cadê o gato?
Foi pra o mato.
Cadê o mato?
O fogo queimou?
Cadê o fogo?
A água apagou?
Cadê a água?
O boi bebeu.
Cadê o boi?
Foi amassar trigo
Cadê o trigo?
A galinha esparramou.
Cadê a galinha?
Foi botar ovo
Cadê o ovo?
O lagarto bebeu.
José Paulo Paes, São Paulo, Ática, 1993.
1.3.2 – TRAVA-LÍNGUA

O rato roeu a roupa do rei de Roma
E a rainha com raiva roeu o resto.

1.2.3 – FÁBULA

A cigarra e a Formiga

A cigarra cantava no verão, enquanto a formiga passava os dias a guardar comida para o inverno. Quando o inverno chegou, a cigarra não tinha o que comer e foi procurar a vizinha formiga:
Formiga, por favor, ajude-me. Não tenho o que comer…
A formiga perguntou:
Que é que você fazia no verão? Não guardou nada?
No verão eu cantava… Respondeu a cigarra.
Ah! Cantava? Pois dance, agora!

Moral: “Deve-se prever sempre o dia de amanhã”.

Guilherme Figueiredo, Rio de Janeiro, Ediouro, 1997.
1.3.4 – RECEITA
Salada de Frutas

Ingredientes
§  1 maçã
§  2 bananas
§  Metade de um mamão médio
§  Suco de 2 laranjas
§  Outras frutas de sua preferência
§  1 colher de sopa de mel ou açúcar.

Modo de Fazer

§  Lave e descasque as frutas. Corte-as em pedacinhos.
§  Coloque todas as frutas picadas numa travessa.
§  Acrescente mel ou açúcar e misture bem.
§  Regue com o suco das laranjas
§  Deixe 10 minutos na geladeira e sirva.

1.3.5 – POEMA
O relógio
Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou muito cansado
Já perdi toda alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac

Vinícius de Moraes, Poema Infantil – Rio de Janeiro, Aguilar, 1976. p. 367.
4 – Ler e Compreender são competências distintas:

Vamos examinar a diferença entre ler e compreender, inicialmente, os sentidos da palavra ler, e as competências que nossos alunos precisam ter para que sejam capazes de compreender. Portanto, é importante para os professores das séries iniciais, mas também é relevante para todos os mestres, tendo em vista que tanto as dificuldades de leitura quanto as de interpretação de texto constituem um problema nacional, e acontece até o final do ensino superior. Num primeiro momento precisamos distinguir as competências de ler e aprender a ler a relação entre elas. Aprender a ler requer alguns passos iniciais. Os mais relevantes são aprender a ler com fluência. Ler significa extrair o som da palavra, pronunciar a palavra escrita. Conversamente escrever significa transcrever (codificar) a palavra falada usando grafemas (letras). Esse processo faz quando aprendemos a ler e a escrever. É o primeiro passo absolutamente necessário para a compreensão, mas que sozinho não assegura a compreensão, quem sabe ler é capaz de ler qualquer palavra, inclusive pseudo-palavras, ou seja, palavras que não possuem significado em nossa língua. Mas não significa que seja capaz de compreender tudo o que lê. Quem ler silabando, não é suficiente para permitir a compreensão da leitura.
Ler e desenvolver fluência. Fluência refere-se à qualidade da leitura. A criança que aprendeu a ler é capaz de ler com alguma fluência. Mas ao longo do processo escolar ainda terá que continuar a desenvolver fluência, para poder compreender textos cada vez mais complexos. Vamos abordar esse tema em maior profundidade logo a seguir, pois ele constitui uma das chaves do processo de compreensão. O aluno nesse processo está aprendendo a ler e o seu esforço cognitivo maior deve se concentrar na aquisição de competência de leitura, e não deve se concentrar na aquisição de competência da leitura e não de compreensão. Aprender a ler mesmo nesse sentido mais básico, é diferente de ler, no sentido do que você já faz como um leitor proficiente.
5 – FATORES QUE AFETAM A LEITURA E A COMPREENSÃO DE TEXTOS.

Para compreender um texto não precisamos saber ler. Crianças ou adultos analfabetos compreendem muitas coisas, inclusive textos que são lidos para elas. Como vimos, ler significa extrair o sentido da palavra. O texto tem vários níveis de compreensão, com diferentes níveis de profundidade. Podemos compreender apenas as palavras de um texto ou as frases isoladas, mas não captamos o sentido.
Portanto, compreender apenas o sentido explícito: a criança ouve uma fábula e acha que é a história de dois animais – sem compreender o que está por trás dos animais, de suas “personalidades”, de suas falas. Podemos ler um texto sem perceber o humor ou o contexto em que foi usada uma determinada palavra ou expressão.
CAPÍTULO II

2 – SEQÜÊNCIAS TIPOLÓGICAS

Um tipo textual é definido pela predominância das seqüências tipológicas que apresenta, pelo tipo que mais se destaca, já que dificilmente um texto se realiza apenas com os padrões lingüísticos de uma só classificação tipológica. Seqüências tipológicas injuntivas ou instrucionais têm por objetivo instruir o leitor ouvinte sobre alguma coisa. Por isso, as formas verbais mais frequentemente empregadas estão no modo imperativo. Por delicadeza, para utilizar uma linguagem mais polida, a intenção de ordem pode ser expressa por perguntas ou por incentivos a alguma ação. O importante é que a seqüência instrucional caracteriza-se por fazer o interlocutor executar alguma ação. A ordenação das ações, por isso, pode ser relevante e a seqüênciação entre os enunciados pode corresponder a uma conexão necessária entre os atos a executar.
Seqüências preditivas têm por objetivos fazer o leitor / ouvinte acreditar em um estado de coisas que ainda está pronto acontecer. Por isso, predominam os verbos nos tempos futuros e os conectores lógicos não são importantes.
Pode-se perceber, formalmente, uma semelhança com a descrição de uma situação futura: uso de verbos de estado e de frases nominais. Como acontece com os demais tipos textuais, o mais freqüente é a ocorrência das seqüências instrucionais e preditivas mescladas a outros tipos textuais, muitas vezes como parte de outros tipos predominantes.
Caracterizar seqüências tipológicas expositivas e argumentativas como dois aspectos do tipo dissertativo.
Um dos tipos textuais mais frequentemente estudado e analisado em sala de aula é o dissertativo.
Caracteriza-se tipo dissertativo por analisar e interpretar fatos ou dados de uma realidade, usando para isso conceitos abstratos. As idéias e as relações entre elas tornam-se mais importantes do que propriamente os dados, ou as informações, que servem de motivo para se chegar a esses conceitos.
Vamos identificar como a estruturação lingüística, usando um texto da mídia como exemplo.
Cão

Por ter uma visão apurada, o cão consegue, mesmo que a certa distância, perceber alteração nos movimentos de uma pessoa amedrontada. “O animal descente do lobo e dele herdou o instinto da caça. Se alguém passa a andar, furtivamente ou com uma postura submissa, ele identifica logo uma presa fácil. O mesmo acontece quando uma pessoa corre. Nem sempre o cão persegue a vítima para atacá-la. Muitas vezes, só quer espantá-la e mostrar quem é que manda no território”, conta a veterinária Hanellori Fuchs, da Universidade de São Paulo. O problema é que, quando alguém está com medo o animal, costuma fazer movimentos bruscos, como levantar a mão. O que é um gesto de defesa, para a pessoa é entendido como uma forma de ataque pelo cão, o que pode levá-lo a avança
Já vimos nas seções anteriores, que os tipos textuais coexistem no texto. O critério relevante para a classificação é a predominância das seqüências tipológicas. Não é diferente nesse exemplo. Podemos ver que, embora haja trechos descrevendo o comportamento do cão e o comportamento do homem, e trechos narrando fatos habituais, o texto tem um objetivo que vai além dessas descrições e dessas narrações.
O texto procura explicar por que os cães atacam as pessoas que demonstram medo. Do ponto de vista da informação, o mais relevante no texto é essa idéia. É a idéia que se sobrepõem às descrições e aos fatos narrados.
As informações a respeito da origem do cão, do comportamento humano e da “interpretação” que o cão faz desse comportamento serve para comprovar a idéia principalmente do texto.
O texto trata, portanto, de um tema, mais do que das figuras que descreve. Temas são elementos abstratos presentes no texto, palavras ou expressões que não precisam corresponder a algo existente no mundo natural, mas a elementos que o organizam, categorizam, ordenam a realidade percebida pelos sentidos. Figuras são elementos concretos presentes nos textos; palavras ou expressões que correspondem a algo existente no mundo natural.
Nesse tipo de texto, não é muito importante a ordem em que as idéias aparecem, desde que fique clara a conexão entre elas, desde que sejam identificadas as idéias que servem apenas para sustentar e a idéia maior, que constitui a razão de ser do texto, seu objetivo. Também não é relevante o número de idéias secundárias, desde que suficientes para esclarecer a idéia principal. A idéia que constitui a razão de ser do texto, sem a qual ele nem seria composto, é chamada de idéia central.
2.1 – O TIPO DESCRITIVO

A descrição relata propriedades e aspectos de um objeto particular concreto (uma paisagem, uma casa, um personagem, um rosto), situado num momento definido do tempo; a dissertação interpreta, através de modelos teóricos, um objeto genérico (a especialidade, o sistema arquitetônico, o brasileiro, a personalidade do homem, a fisionomia) abstraído de suas características individualizantes. Na descrição, como se relatam aspectos simultâneos de um objeto, não há relação de anterioridade e posterioridade entre os enunciados. Nesse tipo de texto, no entanto, os enunciados guardam entre si relações de natureza lógica, isto é, relações de implicação (causa e efeito, um fato e sua condição, uma premissa e uma conclusão, etc.).
Descrição é o tipo de texto em que se relatam as características de uma pessoa, de um objeto ou de uma situação qualquer, inscrita num certo momento estático do tempo. O texto descritivo não relata como o narrativo, as transformações de estado que vão ocorrendo progressivamente com as pessoas ou coisas, mas as propriedades e aspectos desses elementos num certo estado, considerados como se estivesse parado no tempo. Como os fatos reproduzidos numa descrição são todos simultâneos, nesse tipo de texto não existe obviamente relação de anteriores ou posterioridade entre os seus enunciados. Tanto isso é verdade que a disposição dos enunciados descritos pode ser alterada sem que se corra o risco de mudar nenhuma seqüência cronológica.
Nesses enunciados podem ocorrer verbos que exprimem ação, movimento, mas esses movimentos são sempre simultâneos, não indicando progressão de um estado para outro posterior. Se ocorrer essa progressão, inicia-se o percurso narrativo.
É fundamental na descrição é que haja progressão temporal, isto é, que não se saia da relação de simultaneidade e que não se possa considerar um enunciado anterior ao outro.
Exemplo de texto descritivo:
Luzes de tons pálidos incidem sobre o cinza dos prédios. Nos bares, bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em volta das mesas. Nas ruas, pedestres apressados se atropelam. O trânsito caminha lento e nervoso. Eis São Paulo às sete da noite.
Como se pode notar, esse texto relata variados aspectos de um da cidade de São Paulo. Esse texto é considerado como tipo Descritivo.
2.2 – O TIPO DISSERTATIVO
Um texto dissertativo analisa, interpreta e explica os dados da realidade. Este tipo de texto normalmente é utilizado para dados estatísticos e citações jurídicas, científicas, políticas, etc. pode-se desenvolver o texto dissertativo utilizando diversas técnicas, como:
Enumeração: O autor enumera as ações gradativamente e explica cada item de seu segmento. Exemplificando:
“Para o aluno sentir-se motivado no estudo, a escola deve oferecer condições favoráveis, como um prédio amplo e espaçoso, para criar um conforto físico, atividades constantes e diversificadoras, para quebrar a monotonia, relacionamento amistolo entre diretoria, professores e alunos, para proporcionar um clima favorável…”.
Causa / Conseqüência: O autor utiliza-se de argumentos, ou melhor, defende os argumentos com causa e conseqüência.
Exemplificando: “Grande parte da população não confia nos políticos, pois a maioria deles vive discutindo meios que os favorecem, e se esquecem do povo” como o nome diz, o autor utiliza-se e exemplos para defender seu ponto de vista.
Confronto: Utilizam-se duas idéias para defender a idéia central.
2.3 – O TIPO NARRATIVO

Os tipos de diferentes textos formam-se conforme sua argumentação, ou seja, como o tema será trabalhado.
Dessa forma, identifica-se:
A narração é um texto narrativo relata as mudanças progressivas de estado, que vão se processando no decorrer do tempo. No texto narrativo sempre ocorrerá o elemento temporal de anterioridade e de posterioridade. Exemplificando: Eram sete horas da noite em São Paulo e a cidade toda se agitava naquele clima de quase tumulto típico dessa hora. De repente, uma escuridão total caiu sobre todos como uma espessa lona opaca de um grande circo. Os veículos acenderam os faróis altos, insuficiente para substituir a iluminação anterior. Portanto, o texto presente relata fatos concretos, num espaço concreto e num tempo definido, os fatos narrados não são simultâneos como na descrição, há mudança de um estado para outro, por isso, entre os enunciados existe uma relação de anterioridade e posterioridade.


CAPÍTULO III

3. – VARIEDADES LINGÜÍSTICAS

Até aqui, vimos que, embora a maioria da população fale o português, nossa língua apresenta muitas variedades.
A língua varia com o tempo, varia de acordo com o espaço em que é falada… Temos ainda outros tipos de variedades: socioeconômicos, de nível de instrução, urbanas, rurais, etc. Embora todas as variedades de uma língua tenham recursos suficientes para desempenhar sua função de comunicação entre as pessoas, algumas são menos valorizadas que outras. Por que isso acontece?
A partir do momento em que se elege uma forma de se expressar como padrão, as pessoas mais desinformadas e preconceituosas começam a considerar as demais variedades como “errados”, “inferiores”, e não apenas diferentes.
– A primeira reação de um falante escolarizado diante do PNP é considerá-lo um “português errado, corrompido, estropiado”. A noção de erro é descobrir as verdadeiras razões que levam o PNP a ser como (…). Na verdade, Sílvia, ela não enfatiza as diferenças lingüísticas mais sim as diferenças sociais.
Podemos até criar um refrãozinho: “Onde tem variação também tem avaliação”. Quando nós, falantes escolarizados de uma variedade urbana, culta, rimas ou vícios de linguagem de alguém, que diz prantá no lugar de plantar, aproveitamos essas diferenças de pronúncia para mostrar que nós não pertencemos aquela classe social, aquela comunidade “atrasada”, que não fazemos parte daquele grupo desprestigiado… Queremos deixar bem clara a distância social, econômica e cultural que existe entre nós e aquele falante de não-padrão. Entretanto, nasce o preconceito lingüístico.
A língua é o veículo transmissor que viabiliza a comunicação entre as pessoas e, segundo Bagno (2002):
“Só existe língua se houver seres humanos que falem”.

Nessa percepção, é cabível dizer que a língua só é predominante de intercâmbio porque há pessoas que a usam. Para que a comunicação exista com efetividade, mediante outros requisitos, é importante a seleção do nível lingüístico e, conseqüentemente a sua adequação quanto ao contexto sociocultural da linguagem. Até porque, a linguagem é singular, ou seja, individual. Um falante, não é necessariamente obrigado a ter o mesmo nível lingüístico que o outro. Por isso, é singular. E essa singularidade compete cada usuário fazer dela, o uso que melhor atenda as suas necessidades comunicativas. Assim sendo cada indivíduo, enquanto praticante da língua, abstrai dela o falar que cabe a ele expressar-se perante seu interlocutor ou interlocutor. Inclusive, é a partir dessa adequação lingüística que surgem as variedades lingüísticas.
A linguagem, por sua vez, é utilizada por cada falante e estabelecida às regras gerais da língua que cada qual, qualquer “fala” pode ser viável de decodificação. Em conseqüência disso, pode-se concluir que todo falante da sua língua, dispõe de uma gramática completa e individual, mas que se faz entender e desde a criança até o cientista, a mensagem é passada e compreendida. E sendo assim, Bagno (2002:35), afirma:

“Todo falante nativo de uma língua sabe, essa língua. Saber uma língua, no sentido científico do verbo saber, significa conhecer intuitivamente e empregar com naturalidade as regras básicas de funcionamento dela”.

Porquanto, o fato é não se pode estabelecer à gramática como único fio condutor de chegar ao conhecimento da língua, pois segundo Bagno (2002), a linguagem empregada no Brasil não é homogênea, ao contrário modifica-se de acordo com os elementos decodificativos, os quais são importantes para que ocorra a comunicação clara e espontânea entre os distintos grupos sociais, e são desses grupos que resultam as variedades lingüísticas.
Desse modo, convém-nos delinear três principais níveis de linguagem: a culta ou variedade padrão, a familiar, coloquial e a popular.

3.1 – DEFINIÇÕES DAS VARIEDADES LINGÜÍSTICAS

3.1.1 – A Linguagem Padrão:
É uma modalidade lingüística utilizada pelas classes sociais de valor intelectual elevado é uma linguagem variante altamente prestigiada é também ensinada nas escolas, obedecendo à sintaxe, com vocabulário rico e uma absoluta subordinação à gramática é considerada à língua dos escritores clássicos.

3.1.2 – A Linguagem Não-Padrão:
É conjunto de todas as variedades lingüísticas diferentes da língua padrão.

3.1.3 – A Linguagem Popular:
É um nível de linguagem utilizada por pessoas de baixa ou nenhuma escolaridade. Como é um sub-padrão lingüístico, raramente aparece. Sob a forma escrita, pois seu vocabulário é bem mais restrito, as grafias, quando aparecem escritas. São gramaticamente incorretas, não há qualquer preocupação com as regras ou a forma.
Verifique abaixo o quadro que mostra, quando é avessa a grafia da variante popular em detrimento da culta.
Exemplo:
Variante Popular / Versus / Variante Culta
Orapa                                       Europa
Pobrema                                  Problema
Nóis fumo                                Nós fomos
Tauba                                       Tábua
Istauta                                      Estátua
Lâmpia                                     Lâmpada
Viela                                         Vi-a
Imprecisa                                 Precisa
Não-nortamizada                   Normatizada
Essas variantes elevadas no quadro acima decorrem das circunstâncias a que o ato da fala está sendo empregado ou contextualizado.
Sob essa perspectiva, a utilização da oralidade na função informal, é, sobretudo, vista à luz das gramáticas normativas, como formas lingüísticas inculta, a qual não merece atenção, pois se torna desprestigiadas por ser sub-padrão. Mas, ao contrário dos gramáticos, os lingüistas reconhecem nessa atividade da língua um valor digno e superior. Tanto quanto os gramáticos cultuam a forma padrão da língua, os lingüistas também dão real atenção a essas variedades não-padrão. O que vem a ser relevante para os lingüísticos é a conscientização de que, as modalidades da língua: Oralidade – na função coloquial ou sub-padrão – como também a escrita padrão, prática normativa defendida por gramáticos, devem ter o mesmo grau de aceitação e atenção, porque ambas as modalidades cumprem seus papéis a que direcionadas: a comunicação, e em seguida, o entendimento de seus enunciados. E dessa maneira, Bagno (2002:98) relata que:

 “fala é construir um texto num dado momento, num determinado lugar, dentro de um contexto de fala definido, visando um determinado efeito”.

Portanto, se uma forma da língua é mais usada por determinado grupo social, é simplesmente porque a sua competência lingüística se adaptou com mais precisão. Seja por ter, esse grupo social, um nível cultural baixo ou por ter pouco domínio da norma padrão
3.2 – OUTROS TIPOS DE VARIAÇÃO

Além dos dialetos, existem outros tipos de variação, que podem ocorrer tanto na língua padrão quanto nas variedades da língua não padrão. As principais delas dizem respeito ao uso da língua em situações de oralidade / escrita e de formalidade / informalidade. A variação conhecida por gíria também merece atenção especial, por se muito utilizada por quase todos os tipos de falantes.

3.2.1 – Oralidade e escrita

Nos dias de hoje, a maior parte dos brasileiros sabe ler e escrever. Por isso, existe a tendência de língua oral e a língua escrita se tornarem parecidas, pois, quanto mais as pessoas têm acesso à língua escrita, mais utilizam na fala as características da escrita.
Apesar disso, quando escrevemos, temos condições de escolher bem as palavras de corrigir o texto e melhorá-lo até transmitir exatamente o que desejamos. Já na fala não há essa possibilidade; as correções, quando existem, são feitas na hora, além disso, a linguagem apresenta repetições, quebras na seqüência de idéias, problemas de concordâncias e várias expressões de apoio, como né? Tá? Entendeu? Hum…, etc.

3.2.2 – Formalidade e Informalidade

Às vezes, mesmo sem perceber, falamos em determinadas situações de modo diferente do habitual. Por exemplo, quando falamos em público, quando conversamos com pessoas mais instruídas do que nós ou com pessoas que ocupam cargo ou posição elevada. Nessas situações, quase sempre empregamos a língua formal, isto é, falamos de um modo mais cuidadoso, evitando gírias, expressões grosseiras e palavras ou expressões que demonstrem intimidade com o interlocutor, como fofinha, safado, pra caramba, dia de cão, é um saco! Etc. Se, entretanto, temos familiaridade com a pessoa com quem falamos empregamos normalmente a língua informal
3.2.3 – A gíria

Você já deve ter notado que alguns grupos sociais, por exemplo, o grupo dos estudantes, o dos jogadores de futebol, o dos policiais, o dos skatistas, o do funkeiros, o dos surfistas, etc. – Usam na fala certas palavras e expressões que lhes são próprias. Esse tipo de variedade lingüística é chamado de gíria. Normalmente criada por um grupo social ou profissional, a gíria, por sua expressividade, pode tanto desaparecer rapidamente quanto se estende à linguagem de todas as camadas sociais.
Observe um poema com Variedades Lingüísticas

À moda Caipira
U musquitu ca mutuca
Num cumbina
U musquitu pula
I a mutuca impina.

U patu ca pata
Num afina.
U patu comi grama
I a pata que coisa fina.

U gatu cum u ratu
Vivi numa eterna luita.
U ratu vai cumê queiju,
Vem um gatu i insurta.

U galu ca galinha
Num pareci casadu.
A galinha vai atrais deli.
I u galu sarta de ladu.

U pavão ca pavoa
Mais pareci muléqui
A pavoa passa réiva
E eli só abri u léqui.

Um macacu ca macaca
Num pareci qui si ama:
Ela pedi um abraçu.
Ele dá uma banana…

Eu mais ocê cumbina
Qui dá gostu de vê:
Eu iscreveu essas poesia
I ocê cuida di lê…
(Cantos de encantamento, Belo Horizonte: Formato, 1996, p. 22)

RESUMO

Não é de hoje que nossa relação com os textos escritos é assim: Eles têm formato próprio, suporte específico, possíveis propósitos de leitura em outras palavras, têm o que os especialistas chamam de “característica sociocomunicativa”, definidas pelo conteúdo, a função, o estilo e a composição do material a ser lido. É através dessa característica que define os diferentes gêneros. Se, é um texto com função comunicativa, tem um gênero.
Na última década, a grande mudança nas aulas de Língua Portuguesa foi a “Chegada” dos gêneros à escola. Essa mudança é uma novidade a ser comemorada. Porém muitos especialistas e formadores de professores afirmam que há uma pequena confusão na forma de trabalhar. Explorar apenas as características de cada gênero (carta tem cabeçalho, data, saudação inicial, despedida, etc.).
O que importa é fazer que o público discente transite entre diferentes estruturas e funções dos textos. Os especialistas dizem que os gêneros são, na verdade, uma condição didática para trabalhar com os comportamentos. A sutileza importantíssima é que eles devem está a serviço dos verdadeiros conteúdos os chamados “comportamento leitores e escritores”. Cabe o professor possibilitar que os alunos pratiquem esses comportamentos utilizando textos de diferentes gêneros.
SUMMARY

It is today that our relationship with written texts is this: They have size, specific support; possible purposes of reading in other words, are what experts call "feature sociocomunicativa" as defined by content, function, style and composition of the material being read. It is through this characteristic that defines the different genera. If text is a communicative function, is a genre.
In the last decade, the major change in Portuguese language classes was the "arrival" of genres to school. This change is a novelty to be celebrated. But many experts and trainers of teachers say there is little confusion in the way of working. Only explore the characteristics of each genre (letter has header, date, initial greeting, farewell, etc.)
What matters is to make the student public transit between different structures and functions of texts. Experts say that genres are in fact a condition for working with teaching behaviors. The subtlety is important is that they must serve the true content of the so-called "behavior readers and writers." It is the teachers enable students to practice these behaviors using texts from different genres.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabemos que a escola é o principal local de atuação do docente. Suas condições físicas são bastante importantes, pois não é o único aspecto que deve ser considerado no currículo escolar, os recursos financeiros, os serviços administrativos e o respeito entre os servidores escolar, contribui ao desempenho de um relacionamento social. Para trabalharmos com gêneros textuais podemos estimular aos alunos a leitura oral em sala de aula. Parece-nos que tais dificuldades estão presentes no dia-a-dia, em cada alunado ao encarar a leitura e interpreta os fatos ocorridos no texto. Estamos consistentes do quanto os alunos sentem dificuldades quando são solicitados para criarem seus textos, e como os professores reagem frente à correção da linguagem expressa no texto. Como finalidade, podemos concluir fazem-se bastante necessários estudos que viabilizem novos métodos direcionados à superação das dificuldades diagnosticadas, nesse processo de aprendizagem que o mesmo possa contribuir para desenvolver as habilidades comunicativas, levando inclusive os alunos a produzirem seus próprios textos.
Vê-se que são enormes os esforços de educadores que buscam a melhor maneira de expor os gêneros textuais em sala de aula. Enfim os gêneros são argumentos que facilita o estímulo pela leitura.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BURANELLO, Cristiane. REIS, Eliane Vieira dos. Conhecer e Crescer. 1. ed. São Paulo: Língua Portuguesa, 5ª Série. Escola Educacional, 2005.
VIEIRA, Maria das Graças. FIGUEIREDO, Regina. Ler, entender, criar: 2. ed. São Paulo: Língua Portuguesa, 5ª e 8ª Série. Ática, 2005.
DELMANTO, Dileta, CASTRO, Maria da Conceição. Idéia e Linguagens. 12ª ed. São Paulo: Língua Portuguesa, 5ª Série. Saraiva, 2006.
SOUZA, Cassia de. CAVÉQUIA, Márcia Paganini. Linguagem: criação e interação: 2. ed. São Paulo: Língua Portuguesa, 5ª Série. Saraiva, 1999.
Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – Gestar II. Língua Portuguesa: Caderno de Teoria e Prática 3 – TP3: Gênero e tipos textuais. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008.
REVISTA, Nova Escola. Currículos 1° ao 5° ano. Como trabalhar com gêneros, 2009.
Programa Educacional do 3° Milênio. São Paulo: DCL, 2001. Ensino Fundamental 2. Livro – texto (Ensino Fundamental).